quinta-feira, 26 de maio de 2011

MIL ANOS DE ARTE


Adriano Colangelo, italiano que vive há bastante tempo em São Paulo, tem algumas das ocupações dos meus sonhos, mas que nas quais, provavelmente nessa vida, eu não terei muito tempo de arriscar a me meter: artista plástico, músico, ensaísta, escritor, pesquisador e estudioso da obra artística de Leonardo Da Vinci e da História das civilizações orientais e ocidentais.
Passou anos viajando por grandes e pequenos lugares conhecendo e se encantando com paisagens, pessoas e culturas da América Latina, trocando ideias com antropólogos e xamans, formando dentro de si um mosaico riquíssimo de informações, percepções, mistérios e belezas.
Tomei conhecimento dele por acaso. Passeando por Campos do Jordão, parei para comprar um livro. Peguei-o, passei pelo caixa, meti-o na bolsa. Quase não o folheei, não foi preciso. O título já me bastou para saber que eu ia adorar a leitura. Já fiz muitas escolhas bobas na minha vida, mas quando a livros eu raramente me equivoco. Sem falsa modéstia, tenho um faro apurado para isso e com Mil anos de arte vi que acertei mais uma vez.
A obra trata basicamente de um resumo sobre a história da arte ocidental, levantando-se os períodos e movimentos, de acordo com os séculos, enquanto traça-se um paralelo com o nascimento e consolidação da música clássica. Diria que nesse Colangelo convida o leitor a conhecer, em rápidas pinceladas e em alguns poucos acordes, o encantador mundo das artes.
Ele não se aprofunda, não fica páginas e páginas num mesmo tema. Como eu disse, mais parece um convite ou uma degustação, é como alguém que nos mostra um lindo cartão postal e com isso aguça a nossa vontade de conhecer aquele lugar estampado ali. Afinal foi a partir de Mil anos de arte que eu passei a devorar livros sobre esse universo. E inevitavelmente caí de amores por vários de seus conterrâneos: Da Vinci, Michalangelo, Caravaggio, Rafael, Botticelli, Mantegna, Tintoretto, Cimabue, Buoninsegna, Canaletto, Bellini, Piero Della Francesca, Titian, Uccello, Veronese e até o extravagante Arcimboldo.
Isso só contanto os italianos! E homens. Pois entre os franceses, alemães, holandeses, britânicos, norte-americanos, espanhóis, hispano-americanos e brasileiros também há várias mulheres brilhantes.
O livro traz noções sobre a pintura na Idade Média, no Renascimento (meu período favorito), Barroco (inclusive o latino-americano, com destaque para as igrejas brasileiras), Rococó, Romantismo, Impressionismo, Art Nouveau, Expressionismo, Cubismo, Arte Abstrata, Futurismo, Surrealismo, Escola Bauhaus e Modernismo. Ao mesmo tempo fala sobre a música medieval, renascentista, barroca, ópera lírica, óperas francesa e russa, Beethoven, o cinema na década de 20 e o advento da música moderna.
Parece assunto demais para um livro só? Pois o delicioso mundo das artes não é nem um décimo disso. Adriano nos mostra o cartão postal. A viagem é por nossa conta.

Mil anos de arte
Autor: Adrinano Colangelo
Editora: Cultrix
Páginas: 117