terça-feira, 14 de julho de 2009

PODE SER QUE UM DIA ELE NASÇA...


(APRESENTAÇÃO)

O embrião desse livro está no meu trabalho de conclusão de curso da faculdade – o famoso TCC. No íncio a idéia era abordar a dificuldade que se tem em encontrar no jornalismo impresso bons materiais e reportagens realmente revelantes para o público feminino. Praticamente todo veículo de comunicação que vemos destinado a esse nicho não traz um conteúdo que afete positivamente a vida prática das mulheres, sobretudo nos jornais, onde, na maior parte do tempo, os assuntos parecem direcionados somente às leitoras que vivem nos Morumbis da vida. Infelizmente não há biografias suficientes sobre tal assunto e o TCC teve de ser abortado.

Mas a “exclusão” do público feminino ainda não me saía da cabeça e daí para escolher a editoria de Economia como tema foi um pulo. Isso porque não somente como mulher, mas como leitora, eu me sinto, em certos momentos, excluída quando o assunto é Economia. E muitos leitores, tenho certeza, também se sentem. São tantos os termos empregados e não decifrados, que as pessoas começam a ver Economia como um tema chato, desinteressante e que só atrai quem trabalha com isso, quem aplica na Bolsa, quem é um grande empresário, quem tem conta no exterior.

E não é verdade. Economia é um assunto que deveria interessar a todos, pois TODOS fazem a economia girar. É o dinheiro de cada um de nós que ajuda essa engrenagem a funcionar e é quase um crime uma parcela da imprensa continuar a “enfeitar” textos com termos técnicos e com um linguajar tão complexo. Se os economistas falam esse dialeto – o Economês – é obrigação dos jornalistas traduzir esses dados e tentar trazer de volta os leitores desgarrados e alheios a esse universo tão importante.
Mas eu não poderia falar de Jornalismo Econômico sem antes contar – ainda que tão rapidamente – como se deu o início da imprensa no Brasil. Foram muitas e muitas tentativas de dar o pontapé inicial no jornalismo brasileiro, várias apreensões, prisões e perseguições sucederam-se.

Desde a vinda da família real até os dias de hoje evidentemente muita água rolou por debaixo dessa ponte – talvez o romantismo com que se fazia jornalismo já não exista mais, a concorrência cresceu vertiginosamente, a notícia deu lugar ao espetáculo – mas como tudo nessa vida é um ciclo, pode ser que chegue uma época em que, cansados de tanto “vale tudo pela notícia”, voltemos aos tempos dos idealistas, daqueles que estão sinceramente interessados em contar a verdade sem mascará-las com montanhas de números ou sem se deixar corromper pelos outros três poderes. Ou talvez esse seja apenas mais um sonho bobo de quem ainda – apesar de tantas coisas – ainda tem fé no Jornalismo.

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