sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Discurso feito nas coxas
(literalmente)
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"Uma vez publicado, um texto é como um aparelho que cada um pode servir-se à sua maneira e segundo seus meios"
(Paul Valéry - 1871 / 1945 - poeta, ensaísta e crítico francês)
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"Escrever é uma questão de colocar acentos"
(Machado de Assis - 1839 / 1908 - escritor carioca)
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Blog, em resumo é diário, não é? Então deixa eu contar: ontem estive na casa do professor Letterio - nosso presidente de APEG - e fiquei sabendo de uma novidade muito simpática. O dono de uma farmácia de Garça ia deixar um espaço no estabelecimento para quem quisesse lá expor alguma mensagem. Tem um tempão que não vejo isso. A última vez que vi foi na minha escola de inglês e eram bilhetinhos de "Valentine's Day". Na minha ex-universidade também tinha e estava apinhado de oferta e procura de caronas. Mas mural para poemas e pensamentos eu não via desde sei lá quando. O caso é que fui "intimada" - no bom sentido, a fazer um discursinho sobre isso, amanhã de manhã, na inauguração oficial do lugar. E eis que fiz, de um jeito bem meia-boca - rascunhando num caderno e nas coxas mesmo, o tal discurso. Para quem não estava nem sabendo do negócio, deixo o texto e o aviso de que, em algum lugar de Garça (Farmagarça, ex-locadora Vídeo Verde, para ser mais exata), a gente pode dar uma "viajada" (também no bom sentido) e escrever algumas linhas.
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Um mural de encontros

Assim que o professor Letterio nos contou sobre a iniciativa de se fixar um mural em uma farmácia, tive a feliz surpresa de saber que pessoas de diferentes segmentos apóiam a cultura e a prestação desinteressada de serviços em nossa cidade.

Ao contrário do que normalmente aconteceria – o “causar” estranheza de ver um espaço destinado a mensagens, poemas e pensamentos soltos, em uma farmácia – senti satisfação e apreço por tal proposta. Pode ser que alguém ainda pense que essas são coisas que aparentemente não combinam, mas creio que todo e qualquer lugar e momento são oportunos para exposição de idéias.
Há muito tempo encontrei outros murais em outros lugares, e pude conhecer pessoas através de simples mensagens neles postas. É sempre interessante notar como pessoas desconhecidas, anônimos ou tímidos convictos tomam a liberdade de escrever quando se vêem com um pedaço de papel, caneta e um espacinho num mural. Um ato que pareceria sem importância, mas nos limites de um pedaço de papel cabem pensamentos sem limites.

Podemos passar desinteressadamente por um punhado de recados e alguns deles nos deixar uma mensagem cheia de significados. Alguém, sem saber, pode nos ensinar alguma coisa – do mesmo modo que nós podemos transmitir outras tantas aos demais. São gestos simples e idéias generosas como essa que unem artistas e escritores – renomados ou modestos – às pessoas de diversas áreas, que, ainda que não percebam, têm um “quê” de artista. Todos temos.

Pensamentos, pequenos anúncios, ofertas de emprego, poemas, pequenos contos, frases inteligentes... Qualquer tipo de mensagem, no fim das contas, aproxima pessoas e torcemos para que esse objetivo seja alcançado. O discurso é breve, mas as congratulações são intensas. Em nome da Associação de Poetas e Escritores de Garça, parabéns ao Sr. Antônio Seabra e família.

2 comentários:

Unknown disse...

bela iniciativa mesmo.

Anônimo disse...

É isso aí,
pequenos gestos que fazem grande diferença!
Bacana Veri, fiquei contente ao saber dessa iniciativa,boas ações devemos passar adiante,seja na arte em geral,levando mensagens positivas.
Beijosss
Mileidi