quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

"GAMBÁ" TEM CADA UMA...

Corintiano é mesmo uma criatura a ser estudada. Pode ter "N" defeitos, mas não vou negar que é criativo. Esse fim de semana ouvi um caso, como outros, que eu não podia deixar passar. No meio da semana passada o Internacional de Porto Alegre foi campeão da Taça Libertadores da América, isso todos sabem. Ganhou o título inédito em cima do São Paulo, que já é tri e creio que por isso mesmo, não tenha despertado a ira dos são -paulinos. Claro, ficaram desapontados, mas não com raiva. Perderam com classe. E, cá entre nós, para quem já é tri na Libertadores, essa derrota nem pode ser considerada uma mancha no currículo do clube. Já foi. O que se passou foi que houve uma comemoração regada a rojões por toda a minha vizinhança, não de torcedores do colorado, mas de corintianos. Celebravam como se o título fosse deles. Lógico, eles projetam nos outros o sonho que têm de vencer a Libertadores, coitados. Desde que esses outros não sejam São Paulo, Palmeiras e Santos. O caso que ouvi foi o de um senhor (não vou citar nomes, mas foi a esposa dele quem contou) que, após o término do jogo, lá pela meia-noite, resolveu sair de casa só para se deleitar com as caras tristes dos são-paulinos nos botecos. O corintiano ia sair de casa, a essas horas, passar de bodega em bodega unicamente para conferir a expressão de desconsolo dos tricolores. E ainda jurava que isso era uma fonte garantida de diversão. Agora eu me pergunto: será que não anda faltando um pouco de emoção na vida dessas pessoas? Uns gastam dinheiro com rojões para comemorar a derrota do rival - seja contra quem for. Outro se diverte procurando os infelizes perdedores. Será que eles se contentam com pouco ou é pura ausência de felicidade? Deve ser alguma válvula de escape para não se lembrarem da campanha vexatória no Campeonato Brasileiro. É aquela velha história do macaco que caçoa do rabo dos outros, mas não olha o seu. Engraçado mesmo foi ver o Leão tirando a braçadeira de capitão do Tevez só por não entender o que ele fala! Carlitos pode até jogar bem, mas comunicação é tudo.

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(escrito em 21 de agosto de 2006)

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