sexta-feira, 11 de julho de 2008

SAUDADE ANTES DA PARTIDA




Eu sempre tive a mania (se é que se pode chamar de mania) de sentir saudades de um tempo não vivido. Agora tenho experimentado a saudade antes da partida. Por motivos que nem convém citar, tenho passado uma temporada indefinida em Sampa. Às vezes isso me soa algo bom - como o acúmulo de experiências, aprender a ser mais cara-de-pau, perder o medo de certas coisas, conhecer lugares que sempre tive vontade (como a "Liba"), entrar em contato com diversas vertentes culturais, enfim, por mais difícil que possa se acreditar, a capital tem lá seus momentos felizes. Mas nada, NADA, que se compare com a bênção que é viver "na" Garça.

Estou em São Paulo desde fevereiro, portanto ainda é meio cedo para eu começar a fazer drama a cerca desse tanto de saudades que eu sempre me pego a sentir, porém sempre que posso, estou desembarcando nessa terrinha que eu amo.

E toda vez é a mesma coisa: nos dias que antecedem a partida eu já me pego com aquela melancolia típica. Já me vejo dentro de um metrô cheio e pensando nas tardes de caminhada pelo lago. Toda manhã, assim que abro a janela, dou de cara com um prédio exageradamente feio e cinza, com algumas vidraças quebradas, com aspecto de abandono, mas que ainda assim é uma igreja - não sei qual, hoje são tantas... A rua é triste, quase não há verde. Em Garça, quando abro a janela pela manhã, encaro muitas árvores, flores, maritacas e não fico nem um pouco receosa de encher os pulmões de ar.

Sinto falta do jeito amistoso das pessoas. Dizem que o mal de Garça é todo mundo se conhecer, pelo menos de vista. Todo mundo sabe da vida de todo mundo. Claro que por um lado isso é um grande inconveniente, mas a indiferença aguda dos paulistanos é uma das piores coisas que experimento todos os dias. As pessoas se acotovelam e se atropelam nas conduções e nas ruas e nem se dão ao trabalho de pedir desculpas. Me advertiram que não é bom olhar as pessoas nos olhos, isso intimida e sugere que você não está bem intencionado.

Aqui, o acolhimento é notório. Em qualquer lugar que eu vá, me sinto segura.
Lógico que é até covardia querer comparar o ritmo e o estilo de vida da capital com a daqui. Não quero comparar mesmo. Afinal, não há o que se compare à sorte de ter nascido e crescido nessa terra. Amo tudo aqui e não há um dia somente em que eu não pense em voltar.
Já está chegando o dia de encarar Sampa e eu já começo a contar os dias para retornar à Garça.

Sem mais. Até uma nova crise de saudades... =~(

Um comentário:

Incendeia - me a vida disse...

É Veridiana,concordo com vc e assino em baixo!
Eu fiquei em São Paulo pro três anos,eu também me deparava com a terrível poluição visual,e a má educação do povo,lógico que sempre tem a sua exceção,mas também sentia falta da minha cidade natal,claro que a minha também era uma capital e uma cidade grande,mas Curitiba,(se ainda não conhece te dou a dica de ir conhecer),bom é uma cidade ecologica,com seus lindos parques,suas ruas são cheias de árvores,de verde,uma cidade limpa!Apesar que tem gente que diz não gostar do povo de Curitiba,dizem que somos frios e fechados,acho que é porque não se dão a verdadeira oportunidade de apreciar a beleza e de conviver com as pessoas,acho mais que associam "pessoas frias" por causa do frio imenso que faz no inverno.
Mas voltando ao assunto Sampa,também ficava pensando que como pode um lugar tão cheio de gente e mesmo assim acabar se sentindo tão sozinha!Me entristecia seu céu sempre cinza,suas ruas sem árvores e,vendo cada um na sua correria vivendo isoladamente em seu mundinho.Mas aprendi muito,São Paulo me fortaleceu e me fez ver o que realmente eu queria na vida!
Como diz uma canção antiga: "Eu queria ter na vida simplesmente um lugar com mato verde...ter uma casinha branca de varanda,um quintal e uma janela só pra ver o sol nascer!"
Bom,eu não tenho a casinha branca,mas tenho um quintal e uma janela,onde pela manhã escuto a curruíla e o bem-te-vi alegre anunciando mais um dia!rsrsrsr
Bjssss