sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

CARTA ABERTA AOS MEMBROS DA APEG

“Andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas torna os homens ponderados”
(Miguel de Cervantes – 1547 / 1616 – escritor espanhol)

Quando comentei com o meu amigo Fagner que ainda nessa semana eu escreveria algo sobre a Apeg e como ela havia mudado a minha vida, eu até brinquei dizendo que esse “mudar a vida” parecia um exagero. Mas para alguém, como eu, que durante um bom tempo não acreditava na própria capacidade de escrever, ter entrado em contato com a associação de poetas e escritores foi em passo importante. Diria até, um divisor de águas. Uma jornalista por formação ter medo de expor o que escreve soa tão absurdo quando um médico ter medo de sangue.

Comecei a freqüentar algumas reuniões da Apeg meio que de brincadeira, mais para matar a curiosidade de saber aonde minha mãe ia e o que faziam os tais poetas. Acho que, assim como eu imaginava antes, muitos outros devem pensar que na Apeg se reúnem pessoas inacessíveis que declamam versos ininteligíveis, conversam como sebos, com ares aristocráticos e que até zombam da ignorância alheia quanto a poesias e literatura. Confesso que fiquei com um pouco de medo de entrar para a associação e perceberem que eu não manjo nada de poesia. Admiro, mas não tenho talento para tal.

Receios bobos e sem sentido à parte, a Apeg realmente quebrou uma visão errada que eu tinha e me fez transitar por terras onde antes eu não havia me imaginado. Graças aos meus colegas de Apeg, passei a olhar para outros lados e possibilidades de escrita, entrei em contato com diversos gostos literários e impressões, vi finalmente que poetas são pessoas absolutamente normais – mas com um dom invejável de brincar com as palavras. Têm uma pitada de loucura, é verdade. Mas é uma loucura sadia, típica dos escritores livres e de quem ama e respeita qualquer manifestação artística.

Diferente do que vivi na universidade – onde meus textos eram puramente jornalísticos e onde eu tentava chegar mais perto da imparcialidade quanto possível – pois assim fomos doutrinados – na Apeg aprendi a colocar um pouco mais de calor e pimenta em minhas frases. Estar entre meus colegas da associação tem sido um valioso exercício e uma experiência inesquecível. Agradeço a todos – aos veteranos e aos novatos – por, de alguma forma – ainda que indireta – me ajudarem a me descobrir a cada dia e a cada texto.

Meu obrigado especial à minha mãe (prof.ª Vera) – meu primeiro canal de acesso a Apeg – e aos meus amigos Letterio Santoro, Luiz Maurício Teck de Barros e Fagner Roberto Sitta da Silva pela recepção, incentivo, palpites e consideração. Parabéns e vida longa a Associação de Poetas e Escritores de Garça.
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06/01 – Dia da Gratidão
16/01 – Segundo aniversário da Apeg
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(escrito em 14 de janeiro de 2007)

Um comentário:

Unknown disse...

Oi!
Estava lendo novamente esse texto e vejo quanta coisa mudou...
Na verdade você fala de você, mas também vejo que muito coisa mudou também no meu modo de ver as coisas, aprendi muito frequentando a APEG, conhecendo melhor os velhos amigos, como o Letterio.
Também cresci, e espero que neste quinto ano possamos sentar para escrever e falar o que mudou em cada um.
Beijo!