terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

QUANDO ACABAR, O MALUCO SOU EU! - PARTE II


Novamente me remeto ao título de uma música do saudoso Raul Seixas (toca Raul!) depois de ver e ler tanta insanidade nesses últimos dias. Sabemos que todos temos uma pitada de louco, isso é natural e até saudável, mas convenhamos que tem gente que passa dos limites. Creio que a maioria deve ter visto (já que os jornais e programas vespertinos têm exibido tais cenas à exaustão) o escândalo que o atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab deu, durante a inauguração de um ambulatório. No início da cerimônia, parecia correr tudo bem, Kassab era só sorrisos. Mas, como um ator que encarna um personagem, de repente, ele se transforma em um cão raivoso (com o perdão da analogia) e expulsa, aos gritos, um senhor que foi ao tal ambulatório para arrancar um dente e – de quebra – fazer seu manifesto solitário. Entre outras coisas, o prefeito chamou, por várias vezes, esse senhor de vagabundo. Palavra pesada demais e que não cai nada bem ser dita por uma figura pública, responsável por uma cidade como São Paulo – e que até agora não disse a que veio. Simplesmente uma insanidade e uma queimação do próprio filme, bestamente. Tudo o que o manifestante – que trabalha com confecção de placas – queria, era conversar com Kassab sobre a iniciativa da prefeitura em retirar as placas e outdoors da cidade, com o objetivo de diminuir a poluição visual que há tanto tempo atrapalha a paisagem.

Não dá para negar que retirar as propagandas das ruas é uma faca de dois gumes. Por um lado alivia a confusão visual, limpa a cidade, não confunde os motoristas e deixa de esconder prédios e casas cuja arquitetura valoriza as ruas. Por outro, diminui o serviço de uma porção de gente. Acredito que por esse motivo o assunto das placas ainda não tenha acabado para o prefeito. E nada justifica tamanha grosseria. Que um ambulatório não é o lugar mais indicado para um manifesto, que o momento não era oportuno ou que a abordagem do autônomo – agora desempregado - não foi adequada, já não importa mais. Agora o foco está voltado para o gênio forte – e estranho – de Gilberto Kassab. Mais tarde, no mesmo dia, numa entrevista concedida ao Jornal da Globo, ele ainda teve a pachorra de dizer que – tudo bem, vagabundo foi um exagero – mas que Kaiser Paiva Celestino da Silva (“objeto” do destempero de Kassab) era quem devia pedir desculpas a ele e a cidade de São Paulo. Para a oposição isso foi um prato cheio – e com razão – e até mesmo os colegas de coligação rechaçaram o acontecido. Só que alguns PFListas não deram o braço a torcer a passaram a mão na cabeça do prefeito.

Isso porque semanas antes, durante o Deus-nos-acuda do acidente do metrô, enquanto famílias se desesperavam um busca de notícias das vítimas e engenheiros quebravam a cabeça tentando arrumar uma medida – paliativa – para conter o estrago do buraco, Kassab ainda teve espírito para fazer piadinhas. Passando pelo lugar e observando o número considerável de motéis na região, disse rindo: “imagina a zoeira que deve ter sido quando o acidente começou, deve ter sido uma comédia”. Não demorou muito para que essa insanidade caísse no Youtube. O vídeo foi para a internet e o carisma do prefeito foi lá para baixo, a perder de vista. Se é que algum dia ele teve algum carisma, já que se formos reparar bem – e sem querer ser maldosa – o semblante dele nos passa um “quê” de desequilibrado.

Falando em desequilibrado, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush espera que ainda nessa semana o congresso aprove seu pedido de mais uma fortuna para manter as tropas americanas no Iraque. Mais ou menos o equivalente a 55 bilhões de reais. Nem que para isso ele tenha que sacrificar as verbas para a saúde e previdência, como parece que vai fazer. Atos insanos pedem medidas insanas. Creio que, a essas alturas, para Bush deve ser muito vergonhoso recolher suas tropas e sair do Iraque com o rabinho entre as pernas. Para não passar por mais vergonha diante do mundo e dos aliados, o jeito é manter seus soldados por lá, com a desculpa de – ainda – querer restaurar a paz naquele país. Mesmo que ele não queira, não há como não comparar essa situação com aquela vivida na guerra do Vietnam. Só mesmo sendo muito louco para pegar verbas que seriam usadas para o bem público e aplicar em guerra, mandar jovens para a morte, interferir na reconstrução de um país e ainda esperar que o congresso aprove seu pedido de mais tantos bilhões. Não sei se tenho pena porque se trata de um homem desesperado ou se tenho medo porque, afinal, é ele quem comanda os rumos do mundo ocidental.

E para não me estender muito, fecho esse artigo lembrando a declaração de uma brasileira: a top model Gisele Bündchen, que foi considerada a 16º mulher mais rica do mundo do entretenimento de acordo com o levantamento da revista americana Forbes. Acontece que essa linda louca disse que se ela realmente fosse tão rica como as pessoas pensam que ela é, ela ajudaria os pobres. Bom, até onde sei, ela é rica. E muito. Depois, para ajudar os pobres não precisa nadar em dinheiro. São Francisco (de quem sou fã) se despojou de tudo o que tinha e foi ter com os miseráveis. Tudo bem, os tempos são outros e é até covardia comparar o incomparável São Chico a uma mulher-cabide que ganha milhões para andar de um lado para o outro numa passarela. Só quero dizer que, além de dinheiro, essas pessoas precisam de atenção, ocupação, valorização de suas capacidades, esclarecimento. Coisas que só dinheiro não resolve. Se com essa declaração Gisele quis tirar o corpo fora ou se fazer de coitada, deu um tiro no pé.

Não resisto. Essa é a última: o casal fundador da igreja Renascer – os bispos Estevam e Sônia Hernandes – alegaram inocência durante a primeira audiência no Tribunal Federal de Miami (cidade onde estão detidos). Eles foram presos no início do mês passado enquanto entravam nos Estados Unidos com 46.5 mil dólares não declarados. Uma cidadã alega que não tem tanto dinheiro quando dizem e que se tivesse seria praticamente uma irmã de caridade. Outros, que, descaradamente têm tanto, e que pregam o bem, na verdade esfolam seus cegos fiéis. Acho que só nos resta torcer para que Deus tenha paciência com eles e piedade de nós, habitantes desse enorme hospício sem muros.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Veri olha eu de novo!!!rsrsrs
E como dizia também Raul "Pare o mundo que eu quero descer!"
Está bem por aí a coisa,o poder nas mãos dos insanos, é como dizem que muitos usam a inteligência
para o mal,infelizmente.
A ganância e o orgulho andam de mãos dadas!
Pelo que sei,me corrija se eu estiver errada,sobre esse Kassab,não foi escolhido pelos cidadões da cidade de São Paulo,ele era o vice do Serra,está lá por isso.
É isso aí o mundo está preste a virar uma estufa com esse tal de aquecimento global e ainda temos que ver,ouvir insanidades de pessoas que teriam como obrigação ou melhor, deveriam fazer mais por amor que obrigação de fazer o bem em suas várias formas,dando melhor exemplo para nós cidadões,mas ao invés disso usam de má fé o "poder" para se auto promover,explorar,matar...
Isso porque estamos falando dos que estão no poder,seria longo ao falar o que cada um de nós temos como obrigação para o bem comum de todos nós!
E para finalizar como dizia Raul em outra música "Ô seu moço do disco voador me leve com você pra onde você for,mas não me deixe aqui..."rsrsrsrs
Desculpe não consigo fazer comentários pequenos,olha que eu tento,ahahaha
Beijosss e adorei seu texto!!!